O modelo tradicional de gestão de empresas agoniza. A centralização de poder, a verticalização da tomada de decisões e outras características nefastas que costumam acompanhar os sistemas egocêntricos de administração das organizações, como autoritarismo, tecnicismo e assédio moral, mostram-se infrutíferas nos tempos modernos.
Além disso, tornaram-se obsoletas frente à necessidade imperativa de cuidados com as pessoas para que elas possam atingir potencial máximo no trabalho e na vida.
Vem daí a urgência de uma nova proposta de gestão de empresas que considere o protagonismo de pessoas no processo. É o que eu chamo de gestão humanizante, pois há o entendimento da pessoa humana do líder e da pessoa humana dos liderados em todas as suas dimensões e em suas três inteligências: intelectual, emocional e espiritual.
Abordarei mais detalhadamente a questão das três inteligências em textos futuros, mas deixo uma rápida explicação delas aqui:
· Inteligência cognitiva:
Essa é mais pragmática: a maneira como aprendemos as coisas.
· Inteligência emocional:
Aqui acrescentamos camadas relacionadas a como processamos as informações diante de nossas emoções. Temos como pilares da inteligência emocional a autoconsciência, o autogerenciamento, a consciência social e a gestão de relacionamentos.
· Inteligência espiritual:
Trata-se da dimensão mais complexa da inteligência, pois ativa qualidades e capacidades do verdadeiro “self”. A inteligência espiritual manifesta-se em forma de sabedoria, integridade, compaixão, amor, criatividade e paz. É a mágica que acontece quando o indivíduo encontra significado e propósito e pode combiná-los com o desenvolvimento de suas habilidades pessoais e profissionais.
O comprometimento com a gestão humanizante
O fato é que saltar de uma gestão tradicional para uma gestão humanizante não é um processo tão simples. É preciso, em primeiro lugar, a disponibilidade para a mudança de mindset e, em segundo lugar, o comprometimento com o processo para que as transformações mais profundas, de fato, aconteçam.
A boa notícia é que, uma vez que iniciado o processo de migração para gestão humanizante com intenções reais e consistentes, alguns benefícios começam a ser observados imediatamente nas corporações. Listo seis deles aqui:
#1 Clareza nos valores, propósitos e objetivos
Um dos primeiros passos do processo de gestão humanizante é justamente a identificação de valores, propósitos e objetivos organizacionais para que eles possam ser transmitidos com clareza e vivenciados no dia a dia de todos os colaboradores.
#2 Comunicação ativa e não violenta
Melhorar a comunicação em termos de transparência, qualidade das trocas e respeito é um dos pilares da gestão humanizante.
#3 Escuta ativa e incentivo à participação coletiva
Escutar é uma ação fundamental no contexto da gestão humanizante. Só escutando e encorajando as pessoas a expor suas ideias a empresa consegue conduzir as mudanças que a levarão para o próximo nível.
#4 Relação de confiança
A relação de confiança entre todos os colaboradores deve ser a tônica de uma organização que passa por um processo de gestão humanizante.
#5 Apoio às equipes
Os líderes precisam apoiar suas equipes. As equipes devem apoiar-se mutuamente. Essa é uma lição aprendida nos primeiros passos rumo à gestão humanizante.
#6 Reconhecimento e valorização de boas práticas
Cria-se uma cultura de reconhecimento e compartilhamento das boas práticas. Seus criadores devem ser incentivados e valorizados para que possam contribuir mais e mais.
Liderei a implantação de gestão humanizante em uma grande corporação há mais de 20 anos, quando o jeito “linha dura” era muito mais prestigiado. Desde então, vivo fascinado por esse processo e busco novos conhecimentos e atualizações acadêmicas e vivenciais, passando a contribuir com outas empresas interessadas nessa jornada. Posso apoiar o processo de gestão humanizante dentro da sua organização. Vamos conversar?
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